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Sou uma folha retirada de um caderno amarelecido pelo tempo, mas com vontade de voar ao vento...

terça-feira, 31 de março de 2015

We work and work

"Expor a verdade sobre o mundo corrupto em que vivemos. O autor, Spencer Cathcart, realizou este pequeno documentário, com o titulo “A mentira que vivemos”, onde questiona a nossa liberdade, o sistema de ensino, as empresas, o dinheiro, o sistema capitalista, o governo dos Estados Unidos, o colapso mundial, o ambiente, as alterações climáticas, os alimentos geneticamente modificados, e nosso tratamento para com os animais… Um vídeo que, concordes ou não, vai fazer-te pensar…" in
http://www.hiper.fm/a-mentira-que-vivemos-um-documentario-que-vai-deixar-te-a-pensar/#.VRm7YHfpe44.facebook

terça-feira, 24 de março de 2015

Se houvesse degraus na terra...

Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.

No céu podia tecer uma nuvem toda negra.

Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.


E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.

Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.

Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.

Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.

Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.

Herberto Helder

Ternura

Que não haja nenhum canalha sobre a Terra
Que o Amor seja o manto quente que nos afaga
Que a mentira seja banida do vocabulário
Que o medo caia do abismo da solidão.

Volver ao teu regaço num segundo,
Colher o doce fruto da esperança,
Sentir o doce mel na taça cristalina,
Abrir o mundo inteiro no teu peito.

Oh! Melopeia de encantos,
Palavras rubras do momento,
Salpicam meus oceanos de ternura,
Navegam labirintos de lamentos.

domingo, 15 de março de 2015

MAR



Na melancolia de teus olhos
Eu sinto a noite se inclinar
E ouço as cantigas antigas
Do mar.

Nos frios espaços de teus braços

Eu me perco em carícias de água
E durmo escutando em vão
O silêncio.

E anseio em teu misterioso seio

Na atonia das ondas redondas
Náufrago entregue ao fluxo forte
Da morte

Vinicius de Moraes