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Sou uma folha retirada de um caderno amarelecido pelo tempo, mas com vontade de voar ao vento...

domingo, 25 de março de 2012

Pacem ad Animam

Perder alguém é a maior de todas as dores.
A morte ultrapassa o meu entendimento devido à sua natureza finita, destrói a minha paz pela sua inevitabilidade.
Saber que não voltarei a ver aquele ser querido que me acompanhou na infância e adolescência, que eu vi cair devido à DROGA, levantar-se várias vezes com o estender de uma mão, sofrer na pele a discriminação de um recluso, reerguer-se tão bem e ... ter uma recaída fatal, não é fácil de aceitar.
Muitas vezes pensei nele, na sua ingenuidade, na sua dor, na sua presença viva, mas nunca lho disse... ficou muita coisa por dizer.
Aquela gargalhada solta que ele tinha parecia um grito de socorro que não terminava nunca.
A brincadeira fácil era um alerta para não pensar muito na sua dor reprimida. Nós sabíamos isso, mas pouco podíamos fazer. Ele tinha a chave dos seus problemas.
Todos o ajudaram, ninguém ficou indiferente... tinha quase tudo para ser feliz... mas restava procurar o NADA que é TUDO e ele não o conseguiu fazer.
Terminou a sua vida numa fase aparentemente feliz... um filho recém-nascido, uma mulher presente e uma mãe protectora, muito carinhosa.
Faltou dizer-lhe que gosto muito dele... apesar da dor que nos provocou.
Fica bem e descansa finalmente!

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