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Sou uma folha retirada de um caderno amarelecido pelo tempo, mas com vontade de voar ao vento...

sexta-feira, 16 de março de 2012

Poema da despedida


"Não saberei nunca
dizer adeus...
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim, escrevo"
Mia Couto

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